Situação financeira e administrativa do Hospital de Caridade é tema da Tribuna Popular
A equipe de administração do Hospital de Caridade, representada por Elaine Dalprá e Rafael Barboza, usaram o espaço da Tribuna Popular da sessão, a fim de falar sobre a atual situação administrativa e financeira da casa de saúde.
Elaine ressaltou que a despesa para manter o hospital é maior do que a receita, ou seja, as despesas giram em torno do montante de R$ 1.712.562,00 por mês, sendo que a receita mensal é de apenas R$ 1.570.344,00. Portanto, todo o mês faltam em torno de R$ 140.000,00.
Comentou que existem dívidas com profissionais de saúde da casa.A administração dessa equipe iniciou em 08 de agosto deste ano e a partir daí houve corte de despesas, sendo que já está havendo uma economia de R$ 50.000,00 por mês em anestesiologia.
São gastos mais de R$ 308.000,00 com plantões mensalmente, mas somente se arrecada R$ 122.000,00 por mês das Prefeituras conveniadas, o que não é suficiente para pagar o plantão.
São gastos mais de R$ 540.000,00 por mês com os médicos e aproximadamente R$ 100.000,00 com medicamentos. Também tem os gastos com alimentação, limpeza, energia elétrica, internet.
O SAMU gera um prejuízo ao hospital que varia de R$ 11.000,00 a R$ 15.000,00 por mês, já que a receita é R$ 26.700,00, mas a despesa é de R$ 38.700,00 mensalmente. Além disso, a ambulância precisa de reformas e estas não podem ser feitas.
A Prefeitura Municipal de Três Passos repassa mensalmente R$ 58.859,00 para os plantões, mais R$ 33.300,00 para a Clínica Carrossel.
A Prefeitura de Bom Progresso repassa R$ 8.000,00, Sede nova R$ 23.000,00 e Tiradentes do Sul R$ 19.000,00.
É necessário que as Prefeituras aumentam o valor do repasse, a fim de garantir os plantões.
Neste mês o hospital pagou apenas 70% da folha de pagamento aos funcionários, sendo que inclusive os médicos estão com os salários atrasados.
Está se buscando junto ao SUS mais um recurso mensal de R$ 90.000,00 referente a atendimento de urgência e emergência.
Salientou que atualmente todas as especialidades estão ativas e se aumentou o número de cirurgias. Pois houve um período entre abril a julho que muitos procedimentos não estavam sendo feitos, por falta de pagamento, e a partir disso, algumas metas do SUS não foram atingidas, o que gera um corte de repasses por parte do governo federal.
Enfatizou que não será de um dia para o outro que se normalizará a situação do hospital, mas com o trabalho conjunto tudo poderá voltar ao normal.
O hospital precisa de parcerias e conta com o apoio dos vereadores, da Administração Municipal e de toda a sociedade.
A atual equipe que está administrando o hospital já trabalha com outros hospitais, os quais também estavam em situação difícil, mas que hoje encontram-se em situação melhor.
Desta forma, assumir atualmente o Hospital de Caridade de Três Passos é realmente um desafio.
Relataram alguns problemas pontuais na estrutura física do hospital, tais como infiltração no prédio da UTI, a qual precisa de pintura e reforma, não por aparência mas realmente por necessidade. Além disso, alguns aparelhos do hospital precisam ser melhorados e consertados.
Enfatizou que toda parte externa de jardinagem e estacionamento está sendo realizada parceria com a Administração Municipal e com apoio da comunidade.
Quer lançar uma campanha, com a ideia de que cada entidade adote um quarto para reformar e pintar.
Cada um de nós pode necessitar do hospital a qualquer momento e não podemos deixar que alguém fique sem atendimento, então o compromisso é de todos nós.
Rafael destacou que atualmente existe um equipe em Porto Alegre, buscando recursos ao hospital, especialmente para tentar liberar recursos pendentes de fevereiro e março, o que já garantiria o pagamento do 13º salário dos funcionários.
Não adianta apenas cortar gastos, mas é preciso também aumentar a receita.
A permanência do contrato com o SUS depende do cumprimento e atingimento de metas, sob pena de se perder os repasses do Governo Federal.
Confira o áudio completo da sessão, contendo toda a fala dos representantes da equipe que assumiu a administração do Hospital de Caridade, bem como os questionamentos dos vereadores.
Quatro projetos de lei deram entrada na Câmara de Vereadores e foram lidos na sessão. Destaca-se o projeto que dispõe sobre a reestruturação administrativa da Prefeitura Municipal, reduzindo os valores estabelecidos nos padrões de cargos em comissão e funções gratificadas, conforme Plano de Governo para a próxima gestão.
Foi levado à 1ª discussão o projeto de lei da Lei Orçamentária Anual - LOA, que estima a receita e fixa a despesa para o ano de 2017 em um total geral R$ 76.384.429,80.
Foram votados e aprovados por unanimidade dois projetos de lei na sessão, os quais preveem a contratação emergencial de um agente comunitário de saúde para atuar no Distrito de Bela Vista e de um médico devido ao encerramento de um contrato do Programa Mais Médicos.